Superando os entraves de 2012, indústria de laticínios está otimista e aponta como desafio para o próximo ano a harmonização de tributos
BELO HORIZONTE [ ABN NEWS ] — A economia mundial enfrentou significativas dificuldades em 2012 que foram marcadas, principalmente, pelo baixo desempenho de grandes potências, como a Europa e os Estados Unidos. Com a globalização dos mercados, os efeitos dessa retração refletiram em alguns setores da economia brasileira, desencadeando uma série de incentivos para manutenção da competitividade das empresas. Apesar de todos os esforços do Governo Federal, a estimativa do mercado financeiro, divulgada pelo Banco Central, aponta um crescimento de 1,52% do Produto Interno Bruto (PIB), neste ano.
Pouco impactada por esse cenário, a indústria de laticínios mineira superou desafios característicos do setor e, segundo expectativas do Sindicato representativo da classe no Estado (Silemg), deverá crescer 3% no volume de produção em 2012, superando a previsão para o PIB. “Neste ano, uma série de fatores alavancou os custos com a produção primária e reduziu a lucratividade dos laticínios, que tiveram dificuldades na negociação o varejo”, explica o diretor-executivo do Silemg Celso Moreira, que destaca entre os gargalos enfrentados o aumento dos custos com a alimentação do rebanho, o crescimento das importações e a negociação com o varejo.
Em dezembro, a produção leiteira de Minas Gerais já começou a retomar o equilíbrio, favorecida pela chegada da safra e do período chuvoso. “A captação de leite, no último trimestre do ano, apresenta indicadores de normalidade e aproxima da realidade nossa expectativa para o resultado anual, que deverá atingir a marca de 8,4 bilhões de litros”, afirma Moreira. Segundo o diretor-executivo da instituição, o consumo de produtos de maior valor agregado, como o iogurte, o queijo e os queijos finos, têm potencializado os resultados da indústria, principalmente, com a mudança de perfil do consumidor. “As pessoas estão mais bem informadas sobre a importância nutricional do leite e de seus derivados. Por isso, na busca por uma melhor qualidade de vida, estes alimentos estão no topo da lista, como a combinação perfeita de sabor e saúde”, destaca.
Responsável pela maior bacia leiteira do país, com um volume de produção equivalente a 26% da produção nacional, Minas Gerais encontra na região Sul fortes concorrentes a este posto. “A captação leiteira nos Estados do Rio Grande do Sul e Paraná, tem crescido de maneira mais significativa, principalmente, por sua estruturação na produção primária e suas características geográficas e climáticas. Outro fator diferenciador desta região é o rebanho especializado”, aponta Moreira, destacando que o Estado mineiro incentiva os produtores e empresas locais a investir em qualificação de mão de obra, por meio de projetos como o Programa Mineiro de Qualidade do Leite. “Minas possui um grande potencial de produção, que ainda esbarra nos processos artesanais e informais. Por isso, um de nossos desafios em 2013 é levar para as propriedades rurais, ainda não profissionalizadas, o conhecimento necessário para adequação da Instrução Normativa 62, que impõe as normas para captação de qualidade do alimento”, enfatiza.
Segundo o diretor executivo do Sindicato, a indústria inicia o novo ano com “o pé no acelerador”, tendo entre suas metas a harmonização de tributos interestaduais e o estabelecimento de regras de importação com o Uruguai e revisão de regras com a Argentina, para que os produtos nacionais se mantenham competitivos além das fronteiras.
Sobre o Silemg
O Silemg (Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais) teve seu início em 1944, ainda como Associação dos Industriais de Laticínios e Produtos Derivados. Empresários do setor sentiram a necessidade de se organizarem para buscar melhores práticas para suas empresas e superar as dificuldades do mercado.
Durante sua atuação, o Silemg se consolidou como instituição ativa que busca constantemente melhoria nas condições de trabalho e aumento da qualidade na indústria laticinista mineira. Atualmente, o sindicato conta com mais de 150 associados espalhados por todo o Estado. Seu principal objetivo é representar, valorizar e defender o setor de laticínios no âmbito institucional, com o intuito de crescimento contínuo, tornando o setor mais produtivo e competitivo.
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